Foi exibido nesse sábado (3) na Mostra
GloboNews o documentário "Intolerância" da diretora Renata Baldi.
O longa faz uma contraposição entre as
religiões de matriz africanas que são as que mais sofrem preconceito em nosso
país, sendo muitas vezes perseguidas inclusive no campo político, e as igrejas evangélicas
que são as mais acusadas de praticar atos de intolerância.
Com um material muito rico o filme relata toda
uma história de dor e sofrimento das religiões africanas como Candomblé e
Umbanda que são demonizadas por outras religiões, tendo sua fé e seu sagrado
desrespeitado de forma cruel, quando não perversa, como no caso da menina
Kaylane Coelho que ao sair com sua avó e mãe de santo do terreiro de Candomblé
foi insultada verbalmente e em seguida atingida por uma pedra jogada por
aqueles que à ofenderam, ou também o caso de Mãe Gilda, ícone de luta contra a intolerância
que teve um infarto fulminante após ver uma imagem sua na revista de uma igreja
evangélica rotulada como "macumbeiros charlatões", esse caso de injúria
foi parar nos tribunais e a igreja teve que pagar a indenização de mais de um milhão
de reais, entre muitos outros casos de
perseguição por conta da fé.
Apresenta também o ponto de vista das igrejas
evangélicas, que não pensam todas da mesma forma, tendo desde nítidos casos de
desrespeito e intolerância até igrejas extremamente acolhedoras e respeitadoras
de todos os credos. Assim como igrejas católicas na Bahia que agregam elementos
da cultura africana em suas missas e com isso aproximam muitos devotos.
O longa mostra que a questão da fé em um país
que deveria ser laico se alastra para outros campos sociais como escolas nas
quais as professoras interferem com suas concepções pessoais, desrespeito por
parte de governantes, bancadas e determinados credos que beneficiam apenas sua
religião; a questão da fé se entrelaça a política e poder e tira a voz de quem
mais sofre com o preconceito. O filme gera mais questionamentos para quem
assiste, estimulando o debate do assunto em nossa sociedade.
No término do filme houve uma rodada de
perguntas para a diretora do filme.
Por Juliana Meneses
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