JASON BOURNE

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JULIETA

JULIETA

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

FESTIVAL DO RIO 2015 - CRÍTICA DO FILME "QUASE MEMÓRIA" - PREMIÈRE BRASIL: COMPETIÇÃO LONGA DE FICÇÃO

Quase Memória

Sinopse: Carlos é um homem condenado aos desassossegos da memória que encontra-se com ele mesmo em uma dobra de tempo. Carlos jovem está diante do esquecimento de Carlos velho, que já não se lembra sequer do próprio rosto. Recebem um pacote. Mas o pacote parece estranho. O nó que o amarra, o cheiro, a letra no envelope: a encomenda só poderia ter sido enviada por seu pai, Ernesto, morto há anos. Um pai que sempre criou situações inusitadas. Nessa dobra do tempo, há um Carlos que lembra e há um Carlos que esquece, as suas divertidas memórias ao lado desse pai genialmente louco.​

Crítica por Juliana Meneses: Teatro, essa é a palavra chave para o novo longa metragem do grande diretor Ruy Guerra. Trazendo como protagonistas Tony Ramos e Charles Fricks, os dois são o mesmo homem, um do passado e outro do presente, que se encontram de forma inexplicável e creem que juntos devem rememorar algo esquecido.

Baseado no Livro de Carlos Heitor Cony, de mesmo nome, a história conta com uma série de anticlímax, fugindo totalmente do estilo tradicional ao qual o público está acostumado, mas isso não é problema quando se tem um bom elenco disposto a realizar um admirável trabalho, numa fábula sobre o tempo.

Após receberem um pacote que não ousam abrir, os dois Carlos percebem que a figura principal das memórias era o remetente, o pai (João Miguel), figura de várias facetas, nem todas conhecidas por eles, para ajudá-los nessas lembranças vários personagens que conviveram com o pai no passado voltam de forma misteriosa. As lembranças vem de forma desordenada e nem sempre parece ser verídica, na verdade não importa se são, o que é fundamental é o sentimento que cada lembrança desperta nos personagens.

Utilizando-se de passados burlescos e realismo fantasioso Ruy coloca a importância do tempo elevada, ele é quase um personagem ao qual se relaciona diretamente com a memória e a influencia. Trazendo uma trilha sonora de ópera, com estética de teatro e circo o filme tem fotografia intimista, cenários teatralizados, contando também com boa maquiagem e figurinos.

Os planos do filme são muito interessantes e mágicos, dando a sensação de sonhos e lembranças. O Carlos da infância era feliz, o Carlos velho não se importa com a vida, não tem contato com o mundo externo, prefere se isolar do que sofrer; o filme nos faz refletir sobre a visão que temos da velhice e de que envelhecer será triste e solitário, a infância torna-se algo perfeito, por mais que não tenha de fato sido, cria-se idealizações de um passado de glória e felicidade e pensasse num presente de tristeza e desapontamento com o que se tornou.

O Elenco em geral fez um bom trabalho, num texto difícil, tanto os personagens dos dois Carlos Tony Ramos e Charles Fricks, com diálogos densos e profundos, Tony Ramos se destaca com um emocionante monólogo no final, quanto o restante dos atores num passado burlesco. O embarque no filme é visto por parte de todos, o roteiro é bastante original. 

Ficha Técnica

Título Original: Quase Memória

Título no Brasil: Quase Memória

Direção: Ruy Guerra

Roteiro: Ruy Guerra, Bruno Laet, Diogo Oliveira

Elenco: Tony Ramos, João Miguel, Charle Fricks, Mariana Ximenes

Produção: Kinossaurus Filmes

Trilha Sonora: Tato Taborda

Gênero: Comédia

Ano: 2015

País: Brasil

Cor: Colorido 


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