JASON BOURNE

JASON BOURNE

JULIETA

JULIETA

sábado, 10 de outubro de 2015

FESTIVAL DO RIO 2015 - CRÍTICA DO FILME "HILDA" - PREMIÈRE LATINA

Hilda

Sinopse: Susana Le Marchand, uma dona de casa solitária e ignorada pelo marido rico, está à procura de uma nova empregada. Seu ex-jardineiro dá para Susana um presente de sua esposa, Hilda. Comovida com o gesto do empregado, a madame decide contratar a moça. Em meio à frivolidade do dia a dia do lar burguês, Hilda encontra uma velha coleção de livros marxistas da patroa. Esse pequeno tesouro leva Susana a se reconectar com sua juventude militante e esquerdista, e a encarar o vazio de sua vida atual. Ao lado da nova empregada, ela planeja uma revolução.

Crítica por Juliana Meneses: Suzana, uma típica dondoca, esposa de um homem rico, passa seus dias cercada de empregados aos quais ela acha que trata como da família, mas na verdade, por mais cordial que seja, fica incansavelmente vigiando para ver se eles estão fazendo tudo como ela manda. Ela quer uma babá para cuidar de seu neto que está chegando dos Estados Unidos com o filho e a nora, resolve então contratar a esposa do ex-jardineiro ao qual fez um grande empréstimo para que ele pudesse comprar uma casa. No início a moça, chamada Hilda, se mantinha bem distante da patroa, respeitando a hierarquia tradicional patrão/empregado, mas Suzana não fica satisfeita com isso e pede que ele fale com que ela trata os empregados como amigos.

O filme mostra um retrato da luta de classes, da desigualdade social, do racismo sofrido pelos mexicanos, usando bastante humor.

Hilda após a conversa com o marido muda a postura e trata Suzana como se importasse realmente com ela, quando é explícito que ela faz aquilo para ajudar o marido com as promissórias que eles devem a patroa. A empregada acha uma coleção de livros de Marx e Suzana relembra a jovem, após dar uma entrevista para um documentário que evidência sua vida de riqueza, esquecendo seus ideais da juventude e isso mexe com Suzana,  à partir dai ela começa a mudar significativamente de comportamento.

O roteiro faz uma sátira muito divertida sobre a relação dos empregados com seus patrões, sobre as exigências de comportamento. O marido de Suzana, autoritário, que não lhe dá valor, representa aqueles que descrimina a classe trabalhadora, enquanto ela tenta ajudar seus empregados, mas ela também usa seu poder de patroa para mandar e influenciar diretamente a vida pessoal deles. Adriana Paz (Hilda) e Verónica Langer (Suzana) fazem um ótimo trabalho no longa, com atuações muito boas.

A direção de Andrés Clariond aborda o tema das mulheres que deixam suas casas para cuidar da casa de outras pessoas sem utilizar um discurso demagógico, o sentimento de impotência dos funcionários que  sofrem vários abusos nos locais de trabalho e não sabem como reagir por se verem obrigados a continuar, já que precisam do dinheiro. Utilizando um discurso psicológico e também de humor negro, ele retrata uma mulher que chega as últimas consequências para manter-se acompanhada.



Ficha Técnica
Título Original: Hilda

Título no Brasil: Hilda

Direção: Andrês Clariond Rangel

Roteiro: Andrês Clariond Rangel

Elenco: Adriana Paz, Anna Cetti, David Gaitán, Eduardo Mendizábal, Fernando Becerril, Verónica Langer

Produção: Pimienta Films

Gênero: Drama

Ano: 2014

País: México

Cor: Colorido


Trailer


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