JASON BOURNE

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JULIETA

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terça-feira, 7 de outubro de 2014

FESTIVAL DO RIO- CRÍTICA: DE GRAVATA E UNHA VERMELHA

                     DE GRAVATA E UNHA VERMELHA



Texto por Ingrid Fortuna



  Alguém já parou para pensar na vida dos transexuais? Como que se dá a fase de transição ou aceitação de uma mudança que ficará para o resto da vida?

Pois é, a comunidade LGBT é muito falada, mas o T dessa sigla sem dúvidas é o que mais causa estranhamento na sociedade pelos senso comum. Por ser um grupo mal entendido e pouco conhecido, os Transexuais acabam sendo excluídos. 
  Muitos dizem ser a favor e compreender, mas na verdade isso é apenas uma fachada para o que julgam ser diferente e exótico. Se colocar na pele daquela pessoa e compreender sua história, aí são outros quinhentos. 
  Como lidar com a diversidade? Em meio a uma comunidade tão diversa, onde homens se vestem de mulher mas não se julgam transgêneros, Transexuais que passam por procedimentos cirúrgicos para colocar seios mas mantém seu órgão sexual masculino, o papel da prostituição dentro desse grupo. Muitas dúvidas e questões a serem respondidas. 
  De Gravata e Unha Vermelha chegou para não esclarecer dúvidas ou responder questões, mas para mostrar essa diversidade tão vívida e presente na nossa sociedade, que embora muitos vejam, poucos realmente sabem. 
  Com Ney Matogrosso como entrevistado, ele explica como que aconteceu sua excentricidade nos palcos, sua revolução visual em plena ditadura militar e como que sua família lidou com isso tudo. Sem firulas e com bastante clareza, o homem que mudou o cenário musical brasileiro, mostra um respeito imenso por sua comunidade e se orgulha da sua participação nesse percurso. 
  Por que homens se vestem de mulher? Por que mesmo se vestindo de mulher e assumindo certas situações claramente femininas, eles não se acham mulheres? 
  Nesse filme, acontece uma quebra de rótulos. Uma exposição de um mundo diferente que mal compreendemos e conhecemos. Muitas dessas pessoas são artistas, do tipo que fazem arte realmente, como escritores, cartunistas, estilistas, modelos e cantores. 
  Rogéria com toda sua feminilidade conta que não é porque ela assume um papel de mulher que deixa de ser homem. Todos possuem os dois lados, o feminino e o masculino. 
  Grandes figuras como Laerte Coutinho, Rogéria, Ney Matogrosso e Dudu Bertholini defendem que a sexualidade é um campo muito amplo, e que não existem rótulos. 
  Dentro de um contexto livre e totalmente ligado à liberdade sexual de cada indivíduo, essa obra é sem dúvidas uma daquelas que vale a pena conferir. 



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