JASON BOURNE

JASON BOURNE

JULIETA

JULIETA

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

ALÉM DA FRONTEIRA CONHEÇA UM POUCO DO FILME COM INFORMAÇÕES E ENTREVISTA COM O DIRETOR MICHAEL MEYER

O cinema mundial está cada vez mais unindo povos de diversos países, idiomas e culturas diferentes. Em um mundo globalizado o aumento de co-produções tem aberto espaço para uma era de parcerias. 

PARCERIA é a palavra chave para um mundo melhor. Para começar, esse filme uniu três países que são diplomaticamente complicados e a arte mostrou que é possível se unir em nome de um bem maior. Aproximar pessoas, fazer com elas se distraiam, pensem, reflitam sobre as questões da humanidade é um passo importante para que o mundo possa ter pessoas melhores.

O principal mote desse filme é a história conflituosa política e culturalmente. Em uma área onde os povos vivem em constante alerta, ainda tem um problema a mais que "Romeu e Julieta" onde Romeu poderia ser palestino e Julieta Judia. A Julieta é um rico advogado. Um dos pontos de rejeição dos povos árabes é o homosexualismo. Então se era para ser difícil, ficou difícil ao cubo. 

É certo que histórias de amor comovem qualquer coração. O diretor Michael Mayer soube com uma precisão impecável focar o amor pelo amor. O sexo não é importante, é apenas uma consequência do amor, não existe necessidade de explicitar a intimidade. Seria um pecado macular a privacidade de Nimer e Roy. 

A maior parte do filme é focado na trama e na corda bamba em que vive o jovem Nimer. Os conflitos de querer estudar em território onde seu país é separado por uma cerca de arame e questões diplomáticas complicadas. Dois povos vizinhos que vivem em lados opostos.   A amizade também é colocada como mais uma questão de conflito, assim como o certo e errado.

ENTREVISTA COM O DIRETOR  MICHAEL MAYER (Diretor/Co roteirista /Co produtor)  (Divulgação: Assessoria de Imprensa)


COMO O FILME TEVE INÍCIO? QUAL FOI O SEU ÍMPETO PARA REALIZÁ-LO? 

Há alguns anos atrás, eu estava jantando com um amigo que estava, na época, trabalhando como voluntário num centro LGBT em Tel Aviv.  Ele me contou sobre o suporte que eles 
ofereciam aos gays palestinos e fiquei intrigado imediatamente. A ideia de mulheres e homens dos dois lados do conflito israelo-palestino colaborando e ajudando uns aos outros, não por causa de uma agenda política específica, mas sim por uma orientação sexual compartilhada e pela experiência de serem estranhos em suas próprias comunidades de fato me tocou.  

Eu comecei a pesquisar sobre o assunto e passei meses em Israel me familiarizando com pessoas dos dois lados do conflito e com as comunidades gays tanto da Palestina quanto de Israel. Quanto mais eu pesquisava, mais sentia que queria contar esta história, até finalmente me sentar com minha amiga e corroteirista Yael Shafrir para escrever o roteiro de ALÉM DA FRONTEIRA.  


FAZER UM FILME SOBRE UMA HISTÓRIA DE AMOR ENTRE UM PALESTINO E UM ISRAELENSE É BEM CONTROVERSO, NÃO É? VOCÊ ACHA QUE FEZ UM FILME POLÍTICO? 


Eu acho que se pode discutir se qualquer filme é político, e eu seria tolo se acreditasse que poderia fazer um filme sobre aquela parte específica do mundo sem que ele fosse político e, de certa forma, controverso. Dito isto, foi importante para mim não fazer um "filme-questão”, mas sim um drama humano sobre o amor, a família e a lealdade que se passa numa realidade carregada.  

Foi importante para o meu produtor, Lihu Roter, e para mim que não só o elenco como também a equipe fosse composta por israelenses e palestinos. Nosso 1º assistente de direção, o supervisor de roteiro, a figurinista, a equipe de figurino, o scout de locações, entre outros, eram todos palestinos, o que não é muito comum em produções israelenses. Nós achamos que era importante não só por causa do tema do filme como também pela nossa própria experiência como povos da região.  

Meu objetivo principal como diretor é fazer um filme que tanto faça pensar quanto se relacione com as plateias num nível emocional. No entanto, eu também espero que as plateias vão para casa depois de assistir a ALÉM DA FRONTEIRA com o desejo de aprender mais sobre as questões levantadas pelo filme.   


COMO VOCÊ ESCALOU PARA ESTE FILME? FOI UM PROCESSO DIFÍCIL?  

É uma pergunta interessante, porque a primeira pessoa que se envolveu com ALÉM DA FRONTEIRA foi a nossa diretora de elenco Hila Yuval, que trabalhou, entre outros filmes, em duas produções indicadas ao Oscar. Ela leu um dos primeiros tratamentos do roteiro e nós começamos a trabalhar imediatamente, conversando sobre os personagens e procurando nosso elenco.  

Alguns papéis, como o de Nabil, o irmão mais velho interpretado por Jameel Khouri, ou de Gil, o oficial de segurança israelense interpretado por Alon Pdut, foram escalados mais de um ano antes das filmagens. Outros papéis levaram mais tempo. Nosso protagonista, Nicholas Jacob, que interpreta Nimer, entrou para o elenco apenas cinco semanas antes de a fotografia principal começar.  Nicholas Jacob chegou ao papel sem qualquer experiência com atuação.      

                                                 
VOCÊ PODE NOS FALAR SOBRE SUA DECISÃO DE ESCOLHER UM NÃO ATOR PARA UM PAPEL PRINCIPAL? 

Michael Aloni (Roy) e Nicholas Jacob (Nimer)
em uma cena do filme. 
É uma dessas histórias engraçadas do cinema, na verdade. Nós já tínhamos dois candidatos ao papel de Nimer e estávamos fazendo testes com eles junto com Michael Aloni (o ator que interpreta Roy), quando a namorada de Nicholas na época chegou para uma audição e perguntou se nós podíamos dar ao namorado dela a chance de fazer um teste. 

Nós convidamos Nicholas para ler o roteiro e imediatamente reconhecemos seu talento. Seu teste foi bom, mas, quando o colocamos para contracenar com Michael, ele tirou o nosso chão. Ele ficava na dele, parecia se aprimorar quando interagia com outros atores, mas a química entre ele e Michael era palpável. Eu logo soube que Nicholas cresceu numa família árabe-italiana e foi o único aluno árabe de um colégio para judeus. Ele cresceu lidando com múltiplas identidades nacionais e sabia muito bem o que é sentir-se um estranho dentro das comunidades árabe e judia. Minha preocupação em escalar um não ator desapareceu assim que eu vi que Nicholas teve experiências de vida parecidas com as do personagem Nimer e que ele podia se basear nessas vivências ao invés de contar com um treinamento profissional como ator.   

DO OUTRO LADO DO ESPECTRO ESTÁ MICHAEL ALONI, UM ATOR RECONHECIDO, QUE VOCÊ ESCALOU PARA O PAPEL DE ROY. PODE EXPLICAR MAIS? 

Michael Aloni como Roy
Eu conheço Michael Aloni, “a estrela”, há tantos anos, graças a minhas duas sobrinhas, que eram fãs dele em seus anos de ídolo adolescente. Eu tenho que admitir que fiquei curioso com a maneira como ele ia lidar com um papel mais sério e maduro. E então eu o assisti roubar a cena em Infiltration , de Dover Kosashvilli, e no vencedor do Locarno Policeman e vi o Michael Aloni “ator”.  
Sua presença na tela e seu total comprometimento com o personagem eram simplesmente inspiradores. Assim que veio fazer o teste para o papel de Roy, ele estava pronto para entrar de cabeça e fazer o trabalho. Sua atitude e sua confiança no processo tornaram a experiência de ser diretor dele muito prazerosa e enriquecedora. Sua dedicação ao filme e sua generosidade com o colega menos experiente foram um desses raros dons que um diretor espera ver num ator.    


AS PERFORMANCES DE TODO O ELENCO SÃO MUITO FORTES. VOCÊ SE CONSIDERA UM “DIRETOR DE ATORES”?  


ALÉM DA FRONTEIRA é o meu primeiro longa-metragem, então acho que está um pouco cedo para me definir como um diretor de qualquer tipo, mas, dito isto, trabalhar com atores é, de longe, a minha parte preferida do processo de se fazer um filme. Muito da direção é técnico, meticuloso e planejado com perfeição e, por mais que eu adore filmar uma cena linda que leva horas para preparar e iluminar, os atores são o centro orgânico do filme.  

O processo de trabalho e descoberta com um ator não termina nos ensaios ou no set, ele continua a surpreender você meses depois na sala de edição. A relação artística que você constrói com os atores é única e esses raros momentos nos quais você consegue uma tomada perfeita ou uma grande interpretação são os mais recompensadores.       

                                              
SEU FILME TEM UM ASPECTO VISUAL MUITO PARTICULAR. ELE É MUITO ESCURO E VOCÊ USA MUITOS CLOSES. IMPORTA-SE DE NOS EXPLICAR? 

Os personagens de Além da Fronteira ocupam um mundo de sombras e segredos. A escuridão traz consigo uma oportunidade de abrigo e invisibilidade, mas também apresenta um perigo iminente e sempre presente. Foi crucial para Ran Aviad, meu diretor de fotografia, e para mim que o filme comunicasse esse mundo secreto de uma forma visual. Nós decidimos iluminar o filme usando practicals , fontes de luz que são visíveis no enquadramento, como abajures, lanternas de carros etc., para criar um esquema de luz mínimo e dar ao filme um senso de realismo.  

Além disso, nós queríamos manter a câmera fluida e colocá-la o mais próximo dos atores possível, criando uma intimidade e um imediatismo entre espectador e personagem, mas também entre ator e cameraman. Nós escolhemos manter o enquadramento fechado. Não só para servir à intimidade, mas também para criar uma sensação crescente de claustrofobia e para manter nossa geografia vaga, mesclando Ramallah e Tel Aviv numa locação temática contínua. 

Meu maior objetivo era apresentar a relação de Nimer com Roy e sua família em primeiro plano e permitir que nós experimentássemos a dor. Eu não queria que nós sentíssemos que estávamos assistindo a Nimer e Roy de longe, estudando-os, ou pior, julgando-os, mas, ao invés disso, queria que ficássemos imersos em seu drama e sua história tocante.     


CONHEÇA UM POUCO 
DO ELENCO PRINCIPAL



NICHOLAS JACOB (Nimer Mashrawi) 

Nascido em 1989 in Haifa, Israel, filho de uma mãe italiana e um pai árabe-israelense, Nicholas passou metade da infância em Nashville, Tennessee, para onde a família se mudou por causa do trabalho do pai. Em Nashville, Jacob descobriu seu amor pela música e, logo depois de voltar para Israel, em 1997, entrou para a Israeli National Youth Band. Depois Nicholas começou sua própria banda, fazendo shows regionais, quando teve a chance de compor, cantar e tocar saxofone e piano. 

Fluente em quatro línguas (italiano, árabe, inglês e hebraico), outra paixão de Nicholas Jacob é viajar. Durante os anos no ensino médio, ele fez parte do “ Breaking the Ice ”, um programa destinado a criar uma ponte entre a juventude árabe e israelense através de aventuras ao ar livre. Com o programa, Nicholas pode escalar os Apalaches e liderar um grupo pelos Alpes italianos.  

Em 2011, com nenhuma experiência em atuação, Jacob foi escalado para o papel principal de Nimer no longa-metragem ALÉM DA FRONTEIRA. No fim daquele ano, ele interpretou um jovem soldado israelense que se apaixona por uma mulher mais velha em Once There was a Girl , estrelando Liat Glick. O filme foi escrito e dirigido por Natalie Kaplan e tem lançamento marcado para 2013. Recentemente, Nicholas também conseguiu o papel principal na estreia na direção de Suha Arraf (roteirista de A Noiva Síria e Lemon Tree ) Three Sisters , de 2012.  



MICHAEL ALONI (Roy Schaffer) 

Michael Aloni, nascido em 1984 em Tel Aviv, é um reconhecido ator do teatro e do cinema e apresentador de TV. Ele começou a atuar desde cedo, fazendo comerciais e curtas- metragens. Em 2005, Michael conseguiu seu primeiro grande papel no drama adolescente de sucesso The Eight (2005-2007), onde interpretava Adam Halevi, um jovem talentoso e perturbado. O sucesso da série e a fama de Aloni como apresentador do popular Children's                                        
Channel o catapultaram para o status de ídolo adolescente em Israel. Entre 2006 e 2009, Michael Aloni estudou artes cênicas no prestigiado Nissan Nativ Acting Studio , em Tel Aviv. 

Michael repetiu o sucesso de The Eight em vários papéis da televisão, como o drama do horário nobre Ha-Alufa (2006), a série Tiptoes (2008-2010), em que estrela no papel de Yaeli, um advogado bem-sucedido que se envolve num acidente e foge do local, o suspense Deus (2009) e a comédia de situação The Foxes (2010). Durante esse período, ele também estrelou na premiada produção de teatro Ingele e ganhou um papel coadjuvante no longa Out of Sight (2006). 

Em 2011, Michael foi indicado a um prêmio da Academia de Cinema de Israel por sua interpretação de um comandante de pelotão em Infiltration (2010), baseado no livro de Joshua Kenes, dirigido por Dover Kosashvilli. Aloni também estrelou no vencedor do Prêmio Especial do Júri do Festival Internacional de Cinema de Locarno 2011 Policeman. No mesmo ano, Michael foi escalado como o David da série de TV Yonni and the Gifted e foi escolhido para apresentar a versão israelense do programa de talentos da NBC The Voice . 
Quando não está num set, num palco ou num ensaio, é mais provável que você encontre Michael numa prancha de surfe, pegando ondas nas praias de Tel Aviv.  

JAMEEL KHOURI (Nabil Mashrawi) 
(Infelizmente não foram encontradas fotos do ator)

Nascido em Haifa numa família de atores, a decisão de Jameel de seguir os passos do pai Makram (Munique, de Steven Spielberg) e da irmã Clara foi um caminho natural. Desde que se formou pela Beit Zvi School of Performing Arts de Tel Aviv em 2003, ele conseguiu estabelecer uma carreira sólida, trabalhando com os mais renomados diretores de cinema do mundo, como Ridley Scott ( Rede de Mentiras , 2008), Julian Schnabel ( Miral , 2010) e Eran Riklis ( Lemon Tree , 2008). Jameel pode ser visto na versão israelense da série de sucesso da NBC The Office e na estreia na direção de Hiam Abbass, Inheritance, exibido no Festival Internacional de Cinema de Veneza em 2012.  

ALON PDUT (Gil) 

Alon é um ator veterano de teatro, televisão e cinema nascido em Israel e criado em Haifa. Depois de formar-se em 2001 na respeitada Beit Zvi School of Performing Arts, ele conseguiu seu primeiro papel principal trabalhando para o aclamado diretor Eran Kolirin ( A Banda ) em sua estreia na direção The Long Journey (2004). Em 2010, Pdut estrelou no drama do horário nobre Towers in the Air , de Nir Bergman, como Yoav, um pai e marido lutando para ter seu lugar na vida. Em 2011, Alon interpretou o detetive Yoni no popular drama policial da TV israelense 100 , dirigido por Amir Mann. Nos palcos, ele fez vários papéis, incluindo o recente Tenente Kendrick no aclamado drama de Aaron Sorkin A Few Good Men . 

Além de atuar, Alon Pdut é o comentarista israelense do Ultimate Fighting Championship , sendo considerado a grande autoridade no país em artes marciais. Ele cobre vários eventos de luta para o jornal Ma'ariv e para o canal de esportes radicais Ego Total .  

                                                 
LOAI NOUFI (Mustafa Naamna) 

Natural de Nazaré, Loai é um dos atores mais requisitados de Israel. Nascido em 1985, Loai Noufi descobriu sua paixão pelo teatro aos seis anos de idade, e desde então tem trabalhado na televisão, no cinema e nos palcos. Aos 18 anos, ele deixou Narazé e se mudou para Tel Aviv para estudar artes cênicas na aclamada Beit Zvi School of Performing Arts .  

Seus créditos recentes incluem a série de sucesso da TV israelense Asfur (2010-2011), o filme Uma Garrafa no Mar de Gaza , exibido no Festival Internacional de Cinema de Pusan 2011, estrelando Hiam Abbass, e Man Without a Cell Phone (2010), que estreou no Festival de Cinema Doha Tribeca. Ele ainda é a estrela de dois filmes com estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Toronto 2012, Zaytoun , de Eran Riklis, e ALÉM DA FRONTEIRA, de Michael Mayer.  


KHAWLAH HAJ-DEBSY (Hiam Mashrawi) 

Khawlah é uma reconhecida atriz de cinema e teatro com mais de 20 anos de carreira. Ela é formada pela Kibbutzim College, uma das principais escolas de teatro de Israel, e foi vencedora duas vezes do prestigiado Acco Theater Festival, ganhando pela primeira vez em 2002 o Prêmio de Melhor Peça com seu monólogo Shintian e, pela segunda vez em 2003, o Prêmio de Melhor Atriz pela peça Madea-Ex. Haj-Debsy atuou em vários filmes e programas de televisão. Foi a protagonista Huda em Hatzotzra Ba-Vadi, vencedor do Festival Internacional de Cinema de Haifa 2001, e ganhou um papel coadjuvante em For My Father, vencedor do Prêmio do Público do Festival Internacional de Cinema de Moscou 2008. Além de sua carreira como atriz, Khawlah também deu aulas de Teatro na Universidade de Haifa e na Universidade Hebraica de Jerusalém. 

Recentemente, Khawlah Haj-Debsy participou da peça nipo-israelense do diretor Yukio Ninagawa Women of Troy e pode ser vista em dois filmes israelenses, Rock the Casbah, de Yariv Horowitz, pelo qual ela recebeu uma indicação da Academia de Cinema de Israel, e Além da Fronteira, de Michael Mayer. Khawlah tem como objetivo de vida promover a coexistência pacífica entre palestinos e israelenses. Ela tem participação ativa no Arab- Hebrew Theater, em Jaffa, e, de 2007 a 2010 foi diretora encarregada da educação na “Peacechild Israel ”, uma organização sem fins lucrativos israelo-palestina que visa incentivar a convivência de jovens árabes e israelenses através do teatro e das artes. 

Ela mora com o marido e os filhos em Neve Shalom/Wahat Al Salam, uma comunidade rural mista de palestinos e israelenses.   

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