JASON BOURNE

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JULIETA

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sábado, 24 de agosto de 2013

ATORES E CINEASTAS PARTICIPAM DE MOSTRA GRATUITA NO RIO


O Espaço Itaú de Cinema será o espaço 
para o debate com atores, cineastas e convidados.

 Ana Dillon, idealizadora do projeto com uma aluna 





O programa Imagens em movimento oferece oficinas gratuitas de análises e de criação de filmes a alunos de escolas públicas do estado do Rio de Janeiro, desde 2011. Este ano, o programa atende 12 escolas no Rio de janeiro e 2 em São João da Barra, no norte do estado. 


Nos dias 26 e 27 de agosto, das 9h às 12h, o público poderá conferir o resultado dessas oficinas no Espaço Itaú de Cinema. O local promove sessões gratuitas com 16 curtas-metragens produzidos pelos jovens, além de quatro curtas realizados por estudantes da França, Portugal, Inglaterra e Espanha. A cada dia serão exibidos 8 curtas brasileiros e  dois de alunos estrangeiros. 

Todo filme será seguido debates com Ana Dillon, idealizadora do projeto, professores,atores e cineastas convidados como: Gregório Duvivier, Breno Silveira, João Velho, Cavi Borges, Bruno Safadi, Rosane Svartman, Maria Camargo, Fernanda Rocha Miranda, Sílvia Boschi, Maira Norton, Juliano Gomes entre outros. 

O projeto é fruto de uma iniciativa de Ana Dillon, durante o mestrado em pedagogia do Cinema, na Universidade Paris 3 - Sorbonne Nouvelle, na França. Dillon durante seu mestrado, propos ao seu orientador, Alain Bergala (Criador do sitema francês de ensino de cinema nas escolas públicas) trazer ao Brasil uma metodologia que vinha sendo experimentada em escolas de diversos países europeus desde 1995, em um grupo coordenado pela Cinemateca Francesa.


"Trata-se de uma rede de organizações independentes que atuam em parceria, compartilhando propostas pedagógicas e resultados obtidos a cada ano. Alunos de diversos países realizam filmes a partir de uma mesma proposta, e isso gera uma possibilidade de diálogo muito interessante. Cada filme espelha as cores, o ritmo e o som de cada contexto cultural, vistos e sentidos pelas crianças locais", explica Ana Dillon. "Os jovens são os responsáveis pela concepção do roteiro, direção, operação de câmera, captação de som, arte, figurino e edição. Os resultados são surpreendentes, trazendo olhares novos para a arte cinematográfica."


A troca com as organizações parceiras, como o Cinema em curs, da Espanha, Association II Labirinto (Progetto Educinema), da Itália, Os filhos de Lumière, de Portugal, e British Film Institute, da Inglaterra) acontece ao longo do ano por meio da internet, mas inclui também um encontro presencial anual, na Cinemateca Francesa, em Paris. Este ano, Caio Gabriell e Fabricio Ferreira, do Rio (de escolas de Realengo e Bairro de Fatima) e Jamel Jaiane, de São João da Barra (da região do Açu), todos na faixa dos 12-14 anos, tiveram a chance de viajar à França para participar do Encontro, no qual seus filmes foram projetados. Após a sessão, os jovens participaram de debates sobre suas obras e responderam a perguntas da plateia na sala Henri Langlois, a maior da Cinemateca Francesa. Mais de 1.200 jovens de oito países participaram do evento.

O programa Imagens em Movimento é o projeto pioneiro na América Latina a participar desta rede internacional, criada no ano do centenário do cinema, batizada de "Cinema, cem anos de juventude". Hoje, organizações do Caribe (Martinica, Guadalupe) e a tradicional Escola de Cinema de Cuba (EICTV) também integram a rede de parceiros.

As oficinas no Brasil têm algumas características diferentes dos outros países. Aqui, as aulas não têm frequência obrigatória. Como a escola não oferece atividades aos alunos em tempo integral (como é o caso na Europa),  as oficinas de cinema acontecem no horário em que os alunos não teriam aula. Inscrevem-se aqueles que desejam de fato participar. "Assim, os estudantes da tarde vêm à escola de manhã, por vontade própria", diz Ana Dillon, que afirma que "esta substituição da obrigação pela possibilidade de escolha faz com que eles mudem a relação com o espaço da escola. Não faria sentido obrigá-los a fazer arte. Só se pode criar a partir do próprio desejo. Queremos a ajudá-los a ver a escola também como um lugar em que podem exercer escolhas, agir por iniciativa autônoma, por responsabilidade própria". O método tem funcionado, visto que este semestre, o programa completa 22 oficinas realizadas em diversas regiões da cidade do Rio (zonas sul, norte, oeste, no asfalto; e em comunidades), que tiveram sempre uma grande frequência de alunos, resultando em 64 curtas-metragens.

O foco principal é promover uma experiência criativa e artística dos estudantes através do audiovisual e desenvolver seu senso crítico. "Queremos ajudar a garantir o seu direito de acesso à arte. Nós temos muitos alunos que nunca foram ao cinema”, conta Ana Dillon. “Para o desenvolvimento do roteiro buscamos estimulá-los a apresentar perspectivas pessoais sobre os temas. As emoções e sentimentos devem ser sempre o fio condutor do processo”.


No programa internacional “Cinema, cem anos de juventude”, a cada ano, os coordenadores das organizações participantes se reúnem para escolher um tema geral no universo do cinema, que é trabalhado por todos ao longo do ano. A partir da temática escolhida, desdobram-se análises de filmes e discussões sobre a linguagem cinematográfica. Este ano, o tema foi “Como colocar uma ideia em cena?”. A equipe trabalhou diversas possibilidades de criação que se estabelecem a partir da seleção de certos elementos (atores, figurino, objetos) colocados em relação no espaço, incluindo a decisão fundamental sobre o posicionamento da câmera dentro deste conjunto. Os alunos são convidados a perceber que é possível criar cenas e emoções diferentes, em um mesmo lugar, com os mesmos atores e objetos. “Todos os curtas precisam ter duas cenas filmadas em um mesmo espaço”, explica Ana Dillon. “Elas devem se distinguir, entretanto, buscando expressar emoções diferentes, por meio de mises-en-scènes (composições de cenas) distintas”. Nos anos anteriores as temáticas foram “A presença do real nos filmes de ficção”, em 2012, e “Mostrar ou esconder”, em 2011.
Ana Dillon - Professora e Coordenadora
Formada em Comunicação Visual e Antropologia da Arte e da Cultura pela PUC-Rio. Estudou Roteiro na Escuela de Cine y TV de Cuba – EICTV. Mestre em Didática da Imagem pela Universidade Paris 3 - Sorbonne Nouvelle. Professora do Projeto Experimental de Cinema da Escola Parque desde 2007 e professora de cinema na ONG Instituto Dois Irmãos em 2008-2009. Coordenadora de oficinas pedagógicas de cinema em diversos contextos. Curadora do Festival Ver e Fazer Filmes 2010. É montadora de cinema e realizou alguns curtas-metragens de sua autoria, que circularam nos circuitos de festivais.
Lista das escolas beneficiadas no primeiro semestre de 2013:
Rio de Janeiro:
Almirante Tamandaré, no Vidigal
Cocio Barcelos, em Copabacana
Escola Orlando Villas Boas, na Lapa
Escola Herbert Moses, no Jardim América
Escola Presidente Roosevelt, em Realengo
Presidente Médici, em Bangu

São João da Barra:
Escola Chrisanto Henriques de Souza
Escola José Alves Barreto

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