JASON BOURNE

JASON BOURNE

JULIETA

JULIETA

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

ESTREIAS 15 DE JANEIRO DE 2015

Nessa quinta-feira tem  mais nove filmes chegando nas salas de cinema no Brasil.  O Brasil tem um drama "Depois da Chuva. 

Os Estados Unidos têm três filmes, a animação "Pinguins de Madagascar", e os dramas baseados em fatos reais, "Invencível" e "Livre"

França e Bélgica tem a comédia "Se Fazendo de Morto".

A Rússia tem um drama e o Japão fecha as estreias com um romance.



DEPOIS DA CHUVA

Sinopse: Salvador, Bahia, 1984. Após vinte anos de ditadura, a população vai às ruas exigir a volta das eleições diretas para presidente da República. Esse será um ano de transformação para o jovem Caio.


Crítica: Em Breve.





Ficha Técnica

Título Original: Depois da Chuva

Título no Brasil: Depois da Chuva

Direção: Marília Hughes Guerreiro  e Cláudio Marques.
Roteiro: Cláudio Marques

Elenco: Zeca Abreu, Ricardo Burgos, Paula Carneiro, Talis Castro, Sophia Corral, Victor Corujeira, Pedro Maia e Aícha Marques.

Produção: Cláudio Marques e Marília Hughes.

Fotografia: Ivo Lopes Araújo

Edição: Cláudio Marques

Trilha Sonora: Mateus Dantas, Nancy Viegas, Bandas Crac, Dever de Classe


Direção de Arte: Anita Dominoni

Figurino: Anita Dominoni

Gênero: Drama

Duração: 95 minutos

Ano: Produzido em 2013 / Lançado em 2015

País: Estados Unidos

Cor: Colorido

Distribuidora: Espaço Filmes

Estúdio: Coisa de Cinema


Classificação:  16 anos

Trailer





OS PINGUINS DE MADAGASCAR

Sinopse: Os pinguins Capitão, Kowalski, Rico e Recruta, da franquia de animação Madagascar, ganham a sua própria aventura, compondo uma tropa de elite entre os animais.Eles terão de juntar forças com uma agência de espionagem, a Vento do Norte, para impedir que o vilão Dr. Otavius Brine consiga dominar o mundo.

Crítica por Louise Duarte: Os Pinguins mais famosos estão de volta. Capitão, Rico, Recruta e Kowalski estão de volta. O quarteto que ficou conhecido nas animações Madagascar agora ganhou um filme solo com Os Pinguins de Madagascar (Pinguins of Madagascar, 2014) mostrando as aventuras deles quando resolvem se juntar ao Vento do Norte, uma força de elite secreta liderada por Agente Secreto (Benedict Cumberbatch) quando um vilão do passado conhecido como Dave (John Malcovitch) retorna querendo se vingar delas e para isso tem planos de destruir o mundo.

Dirigido por Simon J Smith e Eric Darnell e roteirizado por John Aboud e Michael Coulton, o filme narra a tragetória das aves e de como elas conheceram Recruta e se tornaram sua família ao salvarem a pequena ave de ser devorada por predadores. Ao crescerem e compartilharem aventuras pelos zoológicos do mundo eles conhecem o vilão Dr. Otavius Brine agora conhecido como Dave, um polvo que teve sua fama nos zoologicos preterida pelo público por conta da "fofurice" dos pinguins e agora planeja acabar com isso de uma vez por todas nem que tenha que destruir o mundo para isso. É aí que os Pinguins se juntam ao Vento do Norte meio a contra gosto pois ambas as equipes terem métodos diferentes de resolver esse tipo de missão.

Apesar de divertido, Os Pinguins de Madagascar ainda é uma animação inferior a Madagascar. Em Madagascar eles eram os personagens que mais roubavam a cena e no próprio filme não é diferente já que os personagens continuam engraçados, mas parece que faltou algo e a certa altura do longa, as piadas ficam um pouco cansativas. O grande destaque da animação fica por conta da força de elite secreta Vento do Norte que faz todas as referências possíveis a filmes de espionagem, talvez por isso a escolha de Benedict Cumberbatch (O Sherlock Holmes da série britânica Sherlock) ter sido escolhido para dublar Agente Secreto (sim, é esse o nome do personagem) na versão original. Infelizmente as cópias exibidas para a imprensa como as vindas para o Brasil são todas dubladas o que tira um pouco da graça da brincadeira com o sotaque inglês carregado que o ator faz questão de fazer no filme.

A versão brasileira ficou por conta do ator Gregório Duvivier que além de dublar o personagem Pavio Curto (que no original é dublado por Ken Jeong de Se Beber Não Case), também é responsável pela adaptação do roteiro. O filme ainda assim é um ótimo entretenimento para toda a família e um ótimo programa de férias para as crianças.


Ficha Técnica

Título Original: The Pinguins of Madagascar

Título no Brasil: Os Pinguins de Madagascar


Direção: Simon J. Smith e Eric Darnell

Roteiro: Michael Colton, John Aboud, Brandon Sawyer, Alan J. Schoolcraft, Brent Simons, Michael Colton, John Aboud, Eric Darnell e Tom McGrath.

Elenco de Dublagem Versão Americana: Tom McGrath, Chris Miller, Christopher Knights, Conrad Vernon, John Malkovich,Benedict Cumberbatch, Ken Jeong, Annet Mahendru e Peter Stormare.

Elenco de Dublagem Versão Brasileira: Claudio Galvan, Eduardo Dascar, Gustavo Veiga, Hélio Ribeiro, Gregório Duvivier, Christiano Torreão, Marcelo Coutinho, Ronaldo Julião, Márcia Coutinho e Léo Rabelo. 
Produção: Lara Breay e Tripp Hudson
Edição: Nick Kenway

Trilha Sonora: Lorne Balfe

Gênero: Animação / aventura / comédia

Duração: 93 anos

Ano: 2015

País: Estados Unidos

Cor: Colorido

Distribuidora: Fox Filmes

Estúdio: DreamWorks Animation, Pacific Data Images (PDI)


Classificação:  Livre

Trailer Dublado
Versão Brasileira


Trailer Dublado
Versão Americana



INVENCÍVEL

Sinopse: O drama retrata a história real do atleta olímpico Louis Zamperini, que sofre um acidente de avião, e cai em pleno mar. Ele luta durante 47 dias para reencontrar a terra firme, e quando consegue, é capturado pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial.

Crítica: Em Breve.

Ficha Técnica


Título Original: Unbroken

Título no Brasil: Invencível

Direção: Anjelina Jolie

Roteiro: Joel Cohen, Ethan Cohen reescreveram o roteiro escrito inicialmente por Richard LaGravenese e William Nicholson.

Elenco: Jack O'Connel, Jai Courtney, Domhnall Gleeson, Matthew Crocker,  Garrett Hedlund, Takamasa Ishihar, Finn Wittrock, Maddalena Ischiale, Vincenzo Amato, John Magaro, Luke Treadaway, Louis McIntosh, Ross Anderson, C.J. Valleroy, John D'Leo, Alex Russell, Jordan Patrick Smith, Spencer Lofranco, Stephen J. Douglas, Marcus Vanco, Dylan James Watson, Ryan Ahern, Ross Langley, Michael Whalley, Anthony Phelan, David Roberts, Sandy Winton, Jack Marshall, Sean McCarthy, Chris Ovens, Oliver Wright, Kuni Hashimoto, Shinji Ikefuji, Shinji Ogata,Taka Uematsu, Taki Abe, Matthew McConnell, Yutaka Izumihara, Chikashi Linzbichler, Masako Fouquet.

Produção: Anjelina Jolie

Fotografia: Roger Deakins

Edição:  William Goldenberg e Tim Squyres.

Trilha Sonora: Alexander Desplast

Gênero: Drama / Biografia / Guerra

Duração: 137 minutos

Ano: 2015

País: Estados Unidos

Cor: Colorido

Distribuidora: Universal Pictures

Estúdio: 3 Arts Entertainment, Jolie Pas, Legendary Pictures.


Classificação:  14 anos

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LIVRE

Sinopse: O filme narra a história real de Cheryl Strayed. Após a morte precoce de sua mãe, ela se afunda no mundo das drogas e acaba se divorciando. Decidida a mudar, ela resolve se lançar na natureza, percorrendo uma trilha de 1770 quilômetros.

Crítica: As histórias reais são sempre interessantes e um dos gêneros mais difíceis de ser contado no cinema, justamente, por ter que cumprir com as regras cinematográficas e respeitar a história original. 

E é isso que o diretor canadense Jean-Marc Vallé conseguiu. O mesmo diretor do premiado “Clube de Compras Dallas” mostrou ano passado que sabe contar histórias reais e repetiu com competência uma nova história real, a história de Cheryl, uma mulher com uma determinação e uma força interior que nem imaginava que teria.

Para dar vida a essa mulher, a escolha foi Reese Whipherspoon que está ótima no papel. A trilha tem a missão de uma busca interior e superação. É como se fosse um caminho de Santiago de Compostella, só que, nos Estados Unidos. Nem todos que começam essa trilha, terminam.

O elenco está bem e essa é uma outra característica do diretor, tirar o melhor de seus atores. Assim como fez com Matthew McGonagey e Jared Leto, Reese Whiperspoon e Laura Dern deram seu show. As duas estão indicadas ao Oscar de Melhor atriz e Melhor Atriz Coadjuvante.Assim como seus colegas no ano passado.

Tecnicamente o filme funciona muito bem com belas tomadas, uma bonita fotografia, roteiro, montagem e trilha sonora. E falando em trilha sonora Reese Whiperspoon canta a canção “El Condor Pasa” junto com Simon & Carfunkell.

Além de ser uma história interessante, que faz pensar em coisas da vida cotidiana, Livre funciona também como um ótimo entretenimento. E vale a pena conferir as interpretações das duas atrizes.

Ficha Técnica

Título Original: Wild

Título no Brasil: Livre

Direção: Jean-Marc Vallé

Roteiro: Nick Hornby

Elenco: Reese Witherspoon, Laura Dern, Thomas Sadoski, Keene McRae, Michiel Huisman, W. Earl Brown, Gaby Hoffmann, Kevin Rankin, Brian Van Holt, Cliff De, Mo McRae, Will Cuddy, Leigh Parker, Nick Eversman, Ray Buckley, Randy Schulman, Cathryn de Prume, Kurt Conroyd, Ted deChatelet, Jeffree Newman, Lorraine Bahr, Jerry Carlton, Kevin Michael Moore, Debra Pralle, Gray Eubank, Anne Sorce, Charles Baker, J.D. Evermore, Beth Hall, Jan Hoag, Carlee McManus, Art Alexakis, Anne Gee Byrd, Evan O'Toole, Jeanine Jackson, Lecturer, Jason Newell, Barry O'Neil, Rich Morris, Bobbi Strayed Lindstrom, Robert Alan Barnett.


Produção: David Greenbaum, Bruna Papandrea, Nathan Ross, Bergen Swanson e Reese Witherspoon.

Fotografia: Yves Bélanger

Edição: Martin Pensa, Jean-Marc Vallée

Direção de Arte: Javiera Varas

Figurino: Melissa Bruning

Trilha Sonora: 

Gênero: Drama / Biografia 

Duração: 115 minutos

Ano: 2015

País: Estados Unidos

Cor: Colorido

Distribuidora: Fox Filmes

Estúdio: Fox Searchlight Pictures, Pacific Standard


Classificação:  16 anos


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SE FAZENDO DE MORTO

Sinopse: Um ator em fim de carreira aceita um empregor de interpretar vítimas na reconstituição de crimes, mas logo bate de frente com a juíza da cidade que não gosta de seu envolvimento nos casos.

Crítica: Em Breve.

Ficha Técnica


Título Original: Je fait le mort

Título no Brasil: Se Fazendo de Morto

Direção: Jean Paul Salomé

Roteiro: Jean Paul Salomé,  Cécile Telerman e Jérôme Tonnerre.

Elenco: François Damiens, Géraldine Nakache, Lucien Jean-Baptiste, Anne Le Ny, Jean-Marie Winling, Kévin Azaïs, Nanou Garcia, Corentin Lobet, Judith Henry, Mathieu Barbet, Cécile Telerman, Antoine Salomé, Eric Naggar, Caroline Filipek, Camille Saint-Jean, Emma Blunden, Florence Maury, Thierry Verrier, Aline Chetail, Tiffany Zahorski, Jean-Paul Salomé, Pierre Desmaret, Philippe Koa, Guillaume Rumiel Braun, Benjamin Robert, Justine Poiret, Isalinde Giovangigli.


Produção: Michel Saint-Jean, Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne.

Fotografia: Pascal Ridao

Edição: Sylvie Lager

Trilha Sonora: Bruno Coulais

Figurino: Charlotte David

Direção de Arte: Françoise Dupertuis

Gênero: Comédia

Duração: 104 minutos

Ano: 2013 / 2015

País: França / Bélgica

Cor: Colorido

Distribuidora: Tucuman Filmes

Estúdio: Diaphana Films


Classificação:  14 anos


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LEVIATÃ

Sinopse: Kolia vive em uma pequena cidade no norte da Rússia com aus jovem esposa e seu filho. Ele passa a ter que enfrentar o prefeito que quer tirar seu negócio, sua casa e sua terra.



Crítica por Carmem Cortez: Leviathan, o filme, utiliza de maneira eficaz referencias como a religião, e a  formulação do filósofo Thomas Hobbes. O filme trilha o caminho da crítica política, e faz vir à tona a Russia de Putin, e expurga, ou tenta, seus leviathans do passado. Ele faz piada em vários momentos da dor, da sua própria amargura;  o filme é salpicado de um humor dorido. Diga-se de passagem um humor ácido e sóbrio.

E capricha nisso. Um ponto alto desse filme, como bem disse meu amigo Enic Cine, com quem assisti, “humor da dor” é a cena dos tiros ao alvo. E os alvos dos tiros e do deboche são os líderes do passado: Lenin, Trotsky...

A certa altura, um clérigo da igreja maronita, cita um trecho da bíblia, precisamente do livro de Jó, para ilustrar que ao confrontar o LEVIATHAN,  não se escapa ileso. E a ele não se derrota. E vemos então, o personagem Kolya alterar com a inveja, na luta por e contra a riqueza, segurança e gloria que são os estados naturais do ser humano, segundo Hobbes.  Não foi à toa, o filme foi rodado em um lugar aparentemente desprovido de civilização, de qualquer vestígio de industria, exatamente para acentuar a condição em que Hobbes coloca o homem dentro da sua formulação política.

Não à toa tambem, um dos mais belos planos, é a do personagem Roma que ao sair correndo em prantos, pára para sentar em uma rocha ao lado da ossada de uma baleia. A propósito, essa fotografia ilustra perfeitamente o cartaz do filme. Este momento é portanto a síntese das duas referencias  ao qual o filme lança mão – a da biblia, onde a baleia é uma das formas representativas do Leviathan, e a alegoria do garoto que chora, simbolizando uma nova geração que quer declarar guerra a esse poder centralizador, e que não quer mais outorgar seu direitos - mas se ressente, porque é perigoso, é doloroso, é exaustivo. Essa dor que o Roma chora, é a dor da luta travada pelo herói do filme, Kolya, seu pai, que gradativamente percebe essa realidade. Por fim, essa ossada da baleia, que nos fala do velho poder – do arcaico, talvez uma imagem emblemática de esperança em derrotar o Leviatã

Ao que parece o único alívio é o álcool. Costumava-se dizer por aqui nessas paragens, que a cachaça é a terapia do povo, pois bem, que seja, com a diferença que lá na Russia se bebe vodka. Há várias cenas em que os personagens, digamos assim, passaram das medidas na ingestão etílica, e tais cenas merecem especial atenção por parte do espectador, pois a direção é forte, dando um suporte vigoroso as brilhantes atuações.

A religião, a política andam de mãos dadas, e dedos entrelaçados em cada fotograma. Os momentos em que o prefeito aparece conversando com o patriarca da igreja maronita, a liturgia na cena da missa, onde a câmera passeia por entre a assistência, captando as expressões extasiadas no deleite da homilia, ressalta a mensagem de que “a guerra de todos contra todos” - frase do filósofo e cientista político Thomas Hobbes, está muito bem articulada nessa obra russa.

Um filme denso, mas que soube expurgar seu Wladimir Putin, sua Russia dos dias atuais.


Ficha Técnica

Título Original: Leviathan

Título no Brasil: Leviatã

Direção: Andrey Zvyagintsev

Roteiro:  Oleg Negin, Andrey Zvyagintsev

Elenco: Alexeï Serebriakov, Elena Liadova, Vladimir 
Vdovitchenkov, Roman Madianov

Vladimir Vdovichenkov, Elena Lyadova, Roman Madyanov, Aleksey Serebryakov,  Anna Ukolova, Sergey Pokhodaev, Kristina Pakarina, Devochka v poezde,  Lesya Kudryashova, Aleksey Rozin, Irina Vilkova, Dmitriy Bykovskiy-Romashov,  Sergey Bachurskiy, Irina Graba, Alim Bidnenko, Evgeniy Yakunin, Irina Ryndina, Sergey Grab, Andrey Belozero, Sergey Zhivotov, Platon Kamenev, Aleksey Pavlov, Igor Litovkin, Vyacheslav Gonchar, Vladimir Lupanov, Andrey Kolyadov.

Produção: Alexander Rodnyansky, Sergey Melkumov

Fotografia: Mikhail Krichman

Edição: Anna Mass

Trilha Sonora: Jerry Goldsmith

Gênero: Drama

Duração: 141 minutos

Ano: 2015

País: Rússia

Cor: Colorido

Distribuidora: Imovision

Estúdio: 


Classificação:  14 anos


Informações Extras: Vencedor de Melhor Filme Estrangeiro - Globo de Ouro 2015 / Melhor Roteiro em Cannes / Melhor Filme - Prêmio da Crítica - Mostra Internacional de São Paulo / Melhor Filme do Ano & Melhor Filme Estrangeiro - London Critic's Circle Film Awards / Indicado ao Oscar 2015 - Melhor Filme Estrangeiro.



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O SEGREDO DAS ÁGUAS

Sinopse: Em uma ilha subtropical do Japão, tradições sobre a natureza permanecem eternas. Durante a noite de lua cheia das tradicionais danças de agosto, o jovem Kaito, de 16 anos, encontra um corpo flutuando no mar. Sua namorada Kyoko tentará ajudá-lo a desvendar o mistério. Juntos, Kaito e Kyoko aprenderão a ser adultos experimentando a tessitura dos ciclos da vida, da morte e do amor.

Crítica por Carmem Cortez: A água é um elemento que nos fala de emoção. Neste filme há dois oceanos ou duas imagens de mar diferente um do outro em seu aspecto, em sua apresentação – um mar é  - ou vez por outra  o mar se mostra  - calmo, de águas tranquilas, e o outro – ou por outro lado vemos um mar  - de águas agitadas, com ondas quebrando revoltas na arrebentação.

Há duas mães: uma que tem uma família estruturada, com um marido e uma filha, numa harmoniosa convivência, daquele tipo de convivência de sentar-se a varanda de casa e jogar conversa fora, cantar alguma canção (folclórica), e lembrar de situações pitorescas da vida. Na outra via, uma  mãe que só tem como família um filho, e vive com ele uma relação difícil, distante, de desencontros. Desencontro no espaço coabitado, e desencontro afetivo – enquanto ela, a mãe procura ser carinhosa dentro da medida do seu melhor, o menino a mantem afastada dele próprio.

Uma é tranquila, serena, apenas esperando o seu destino chegar, o que não vai tardar a acontecer. A outra vive uma vida social / emocional agitada de romances efêmeros noturnos ao que tudo indica.

Nesse meio, nesse polo que há entre as duas mulheres de perfis antagônicos entre si, uma aldeia que as vezes é invadida por tufão e com ele a chuva. Mais uma vez o elemento que denota emoção; uma aldeia que traz um homem morto ao mar, logo no primeiro terço de projeção, nos alertando que o filme trata de questões que permeiam nossas vidas, como a morte.

Uma aldeia onde um velho e sábio (todos os aldeões velhos, são sábios – uma espécie de conselheiro tribal), corta a garganta de um ou outro cabrito, que passando a navalha sobre o pescoço do animal, e o horror que tal cena possa nos causar, mas é por certo a garantia da comida à mesa. Uma metáfora sobre a questão dialética de vida e morte.

A figura do velho é a figura do tempo. O que nos dá o alimento que consumimos para sustento da alma. Nossas historias, nossas vivencias, que é o que levaremos conosco pra onde quer que iremos.

As marés são as mães desta história – haja vista a fala de um dos personagens aos quase 20 minutos finais.

Still The Water (no original), nos fala de vida, de morte, do tempo. E de como esses personagens lidam com isso.

A frase final do ancião fecha de maneira interessante essa história, trazendo um delicado desfecho a esse filme japonês bem  dirigido, não deixando dúvidas de que é a ele - o tempo que temos que dar o que de melhor temos em nós, seja revolto ou serena a nossa natureza. O tempo é quem vai esperar alguma coisa dos que ainda estão construindo suas histórias. E sábio, o tempo, enquanto vê os dois jovens nadando no mar, diz que está “...contando com vocês, crianças...”

Um filme pra se refletir um pouco sobre a vida dentro do mar de cada um de nós.


Ficha Técnica


Título Original: Still the Water

Título no Brasil: O Segredo das Águas 

Direção: Naomi Kawase

Roteiro: Naomi Kawase

Elenco: Jun Yoshinaga, Nijiro Murakami, Tetta Sugimoto, Miyuki Matsuda, Makiko Watanabe, Fujio Tokita, Jun Murakami, Hideo Sakaki, Sadae Sakae, Kazurô Maeda, Mitsuaki Nakano

Produção: Masa Sawada, Takehiko Aoki, Naomi Kawase with Olivier Pere, Remi Burah, Luis Minarro, Masaki Miyata, Yuko Naito, Nasahiko Mizuguchi, Nobuya Wazaki e Anne Pernod.

Fotografia: Yutaka Yamazaki

Montador: Tina Baz e Naomi Kawase.

Trilha Sonora: Hashiken

Direção de Arte: Kenji Inoue

Gênero: Romance

Duração: 118 minutos

Ano: 2015

País: Japão / Espanha / França

Cor: Colorido

Distribuidora: California Filmes

Estúdio: Kumie


Classificação:  12 anos

Trailer



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